O que fazer para sua empresa gerar lucro em 2021
Na primeira parte desta história, compartilhei detalhes de como, ao me formar, criei meu projeto de mestrado de “Aplicação…
Hoje em dia, no mundo corporativo e empresarial, quase tudo tem que ser “ágil”, “agile” ou “ajáil” – embora quase ninguém saiba definir com clareza o que em vias de fato seria esse tal de “Ágil”.
Além disso, equipes e pessoas estão sob constante pressão – ou sendo “incentivadas” – para produzirem mais e mais rápido e sendo medidas e avaliadas por alguns “novos” processos usando post-its – com muitos diretores e gestores acreditando que isso também seria o que é ser Ágil.
Ágil não é isso.
Nesse sentido, para compreender o que é a Cultura Ágil e qual o seu potencial transformador perante os métodos e vivências tradicionais de gestão, é importante conhecer um pouco melhor sua história e suas origens.
A origem da Cultura Ágil está na gestão de desenvolvimento de sistemas ou, em outras palavras, em Engenharia de Software. Criada na década de 60 e oficializada em 1968 pelo comitê científico da OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte, a Engenharia de Software é uma área da computação que busca desenvolver métodos e processos para gerir a criação, adaptação, manutenção e testes de sistemas e aplicativos.
Motivada pela chamada Crise do Software, um momento histórico onde a produção de computadores já era industrializada enquanto faltavam desenvolvedores, que eram imprescindíveis para sua utilização na época, a OTAN – uma aliança militar intergovernamental – decidiu impulsionar a criação de uma nova área de estudos de métodos e processos de gestão de desenvolvimento de sistemas: a Engenharia de Software.
Para dar uma ideia, a Crise do Software compreendia também problemas gerados pela falta de gestão no desenvolvimento de software como grandes investimentos sendo feitos sem retorno (sem sistemas funcionando ao final), perda de prazos e até mesmo acidentes com possível perda de vidas (ex: quedas de avião, explosão de foguetes).
Assim, na linha de pensamento criada pela Engenharia de Software, o desejo e anseio de muitas pessoas e instituições era que o desenvolvimento de sistemas deixasse de ser algo “artesanal” e passasse a ser mais próximo a produção de produtos de valor agregado, onde haveriam fábricas que “recebem matéria prima de um lado e entregam produtos do outro”. Porém, essa “industrialização do desenvolvimento de sistemas” não se concretizou e este problema continua em aberto, seguindo em um embate intelectual – e até mesmo ideológico -, até hoje.
Como apontado por Dijkstra – um dos grandes pais da computação moderna – em seu discurso “O Humilde Programador”, pronunciado ao receber o prêmio Turing de 1972, a principal razão para esta “não-industrialização” está na natureza do desenvolvimento de sistemas.
Neste discurso, Dijkstra defende que o desenvolvimento de sistemas nunca deixará de ser um processo artesanal, uma vez que todo sistema depende da criatividade do(s) programador(es) envolvido(s) em sua programação, ou seja, do fato de programar ser similar a pintar um quadro ou escrever um livro.
Imagine só pensar que bastaria pagar um salário a Picasso ou Da Vinci, colocá-los em uma sala isolada com tintas e pincéis e esperar que depois de 40 horas – ou 1 mês – eles saíssem de lá com uma obra-prima? Isso simplesmente não é possível.
Mesmo assim, empresas e instituições continuam até hoje na busca pela industrialização do desenvolvimento de sistemas, tratando-os como “produtos caixa preta”: esperando que sua gestão seja como uma linha de produção e que estes sistemas, em sua “forma final”, se comportem de maneira “previsível” e “totalmente controlada” quando, na verdade, isso simplesmente não é possível.
Passadas duas décadas de implantação, evolução e vivência da Engenharia de Software por várias empresas e instituições, muitos programadores apontaram a insalubridade e o stress envolvido nos processos de desenvolvimento de sistemas, assim como notaram que os problemas endereçados pela Crise do Software continuavam acontecendo.
Eis que então surge, na década de 90, um movimento de programadores e cientistas da computação chamado de Agile Software Development (Desenvolvimento Ágil de Software) com foco em transformar a visão da indústria quanto ao que se entende por sistemas, buscando solucionar tanto os problemas da Crise do Software como de suas condições de trabalho.
Este movimento então sintetizou, em 2001, seus valores e princípios através da escrita e publicação do que chamaram de Manifesto Ágil, trazendo à tona não só uma nova maneira de compreender softwares e sistemas, mas também, uma nova maneira em visualizar e vivenciar as relações de trabalho.
Estamos descobrindo maneiras melhores de desenvolver software, fazendo-o nós mesmos e ajudando outros a fazerem o mesmo. Através deste trabalho, passamos a valorizar:
Indivíduos e interações\ mais que processos e ferramentas
Software em funcionamento\ mais que documentação abrangente
Colaboração com o cliente\ mais que negociação de contratos
Responder a mudanças\ mais que seguir um plano
Ou seja, mesmo havendo valor nos itens à direita,\ valorizamos mais os itens à esquerda.\
Nós seguimos estes princípios:
Nossa maior prioridade é satisfazer o cliente através da entrega contínua e adiantada de software com valor agregado.
Mudanças nos requisitos são bem-vindas, mesmo tardiamente no desenvolvimento. Processos ágeis tiram vantagem das mudanças visando vantagem competitiva para o cliente.
Entregar frequentemente software funcionando, de poucas semanas a poucos meses, com preferência à menor escala de tempo.
Pessoas de negócio e desenvolvedores devem trabalhar diariamente em conjunto por todo o projeto.
Construa projetos em torno de indivíduos motivados. Dê a eles o ambiente e o suporte necessário e confie neles para fazer o trabalho.
O método mais eficiente e eficaz de transmitir informações para e entre uma equipe de desenvolvimento é através de conversa face a face.
Software funcionando é a medida primária de progresso.
Os processos ágeis promovem desenvolvimento sustentável. Os patrocinadores, desenvolvedores e usuários devem ser capazes de manter um ritmo constante indefinidamente.
Contínua atenção à excelência técnica e bom design aumenta a agilidade.
Simplicidade–a arte de maximizar a quantidade de trabalho não realizado–é essencial.
As melhores arquiteturas, requisitos e designs emergem de equipes auto-organizáveis.
Em intervalos regulares, a equipe reflete sobre como se tornar mais eficaz e então refina e ajusta seu comportamento de acordo.
Desta forma, o Movimento Ágil trouxe para a indústria uma visão muito diferente do habitual desde segunda revolução industrial: considerando, quase que pela primeira vez na história da humanidade, o ser humano como ponto central de toda e qualquer instituição.
Como é possível observar, integrando estes valores a estes princípios, temos um “esqueleto” para criar métodos e formas de trabalho que correspondam à maneira “ágil” de trabalhar – e foi exatamente isso que aconteceu em comunidades e empresas de desenvolvimento de software logo após a publicação do Manifesto Ágil.
Assim, nestas últimas duas décadas, surgiram várias metodologias de desenvolvimento ágil de software como Scrum e XP que buscaram sintetizar e utilizar esses valores e princípios para a gestão de projetos em software e que, de certa forma, alcançaram o objetivo de tornarem o trabalho mais fluído ao mesmo tempo que deixaram seus clientes mais satisfeitos: é por isso que hoje o mundo corporativo busca ser mais “ágil”.
Por essas razões, é importante compreender que Ágil não é apenas um selo ou um certificado ou um diploma para se colocar na parede mas sim uma cultura a ser assimilada e, desta forma, não basta apenas dizer que “fazer mais rápido” é ser Ágil.
Foi pensando nisso que nós da Boilesen, em nossa fundação em 2015, criamos o Manifesto para Administração Ágil, traduzindo para a realidade empresarial e corporativa os preceitos da Cultura Ágil: buscando trazer mais humanidade para a Administração de Empresas ao mesmo tempo que compreendemos esse como um trabalho incremental e criativo, ou seja, não mais um processo industrial mas sim uma nova maneira de pensar dentro da vivência da Revolução Digital.
Nós estamos descobrindo novas maneiras de Administrar empresas ao ajudarmos outras pessoas e empresas a fazerem isto.
Através destes trabalhos, nós chegamos a este valor:
Indivíduos e suas interações mais que processos e ferramentas
Empresas funcionais e saudáveis mais que documentação, hierarquia e burocracia
Colaboração com os clientes mais que negociações e contratos
Adaptação e resposta rápida a mudanças mais que seguir um plano fixo
Mesmo vendo valor nos itens à direita, damos atenção especial e valor aos itens à esquerda.
Inspirado pelo Manifesto para Desenvolvimento Ágil de Software.
“Os limites da minha linguagem condicionam, expressam e causam os limites do meu mundo.” ─ Ludwig Wittgenstein
O princípio básico de toda e qualquer entidade, instituição ou empresa é ajudar pessoas de forma incremental, sustentável e autônoma; ao mesmo tempo que esta se mantém viva e saudável.
Existem apenas 4 classes de trabalho: Gerência Geral, Financeira, Comercial e Produtiva. Toda e qualquer outra área é uma especialização de uma ou mais destas 4 classes.
A divisão do trabalho e do escopo de cada área deve ser claramente definida, finita e complementar para com as outras áreas.
Cada área possui também seu perfil e mentalidade próprio; o acúmulo de funções pode ser tratado por aprender a atuar em diferentes papéis, dentro destes diferentes perfis, mentalidades, necessidades e vontades.
O Financeiro quer planejar, organizar, dirigir e controlar tudo à base de números, fatos, eventos, fluxos de tempo, de recursos humanos, de capital e de materiais.
O Comercial quer o melhor para todos os clientes. Sua vida consiste em interações, relacionamentos e soluções de problemas através da capacidade de observação, integração e negociação.
A Produção quer sempre a melhor solução para os problemas dos clientes. Embora ela não tenha relacionamentos diretos para com os clientes, ela preza pela sua capacidade e qualidade técnica em conjunto com sua criatividade para prover as melhores soluções para os clientes.
A Gerência Geral apoia nas negociações e facilitações entre as áreas, auxiliando acordos a acontecerem de forma isenta e focada na solução de problemas; ao mesmo tempo que mantém o foco e a motivação da equipe no objetivo principal da entidade através da visualização e verificação de resultados periódicos.
Colaboração, convivência e interação de pessoas motivadas são pré-requisitos para todas as formas de trabalho.
A competição só é saudável dentro de escopo colaborativo inovativo. Fora a isso, é apenas desperdício de energia.
Não existe trabalho perfeito, existe o que está feito e o que não está
A cada semana e, a cada mês, se buscará definir e realizar apenas aquilo que não está feito e é essencial para a manutenção da entidade e do propósito dela.
A hierarquia, em geral, mais cria obstáculos do que auxilia. De mesma forma, nem todo seguimento de processos é realmente efetivo ou se aplica sem exceções.
O trabalho pode ser realizado através do acordo mútuo entre indivíduos – de ponta a ponta e presencialmente – , havendo a confiança plena de que cada um entregará os resultados e os feedbacks propostos.
Só fale a respeito do que tem certeza, não tenha medo de assumir que não sabe e não especule. Isso garante maior noção sobre a realidade e embasa as tomadas de decisão com maior maturidade.
Comunicação, Informação e Cultura devem ser sempre ponto-a-ponto e horizontais.
Trabalhar em equipe significa trabalhar em conjunto em prol de um objetivo em comum de forma eficiente e eficaz.
Objetivos que não são claros não são objetivos: todo objetivo deve ser definido em uma única frase. Não um parágrafo. Não um documento. Uma Frase.
Meta é a união entre objetivo, data de entrega e responsável.
Todo objetivo que não virou meta, não é importante.
Se não está divertido, não vale a pena; se não ajuda alguém, também não.
“Faça. Ou não faça. Não existe tentar fazer.” ─ Mestre Yoda
Escrito por Jonathan Nunes Boilesen e Paul Peter Boilesen
Assim nasceu a Administração Ágil, nosso método de trabalho que tem trazido crescimento sustentável e qualidade de vida para nossos clientes.
Por isso, iniciamos com este livro o compartilhamento de nossos métodos e processos criados dentro destes valores e princípios, na esperança que essa leitura possa trazer muitos aprendizados que gerem evolução para você e sua empresa. Desta forma, também encorajamos outros empresários, executivos, administradores e consultores a abraçarem estes valores e princípios, visando um empreendedorismo mais acessível, bem-sucedido e focado na colaboração e entrega de valor a todos os envolvidos: clientes, fornecedores, distribuidores e parceiros. Desejo uma ótima leitura!
Baixe agora gratuitamente o livro Administração Ágil: Planejamento Estratégico Ágil clicando aqui.
Técnico em Informática pelo COTIL/UNICAMP e Bacharel em Ciência da Computação pela Unicamp com certificados de estudos em Sistemas de Informação e Engenharia de Software, começou aos 12 anos a trabalhar como autônomo em administração de redes e suporte a usuários e, em 2009 – aos 19 anos-, abriu sua primeira empresa de Marketing Digital. Desenvolveu aplicativos e sistemas em Data Mining, Data Science e Business Intelligence, criando soluções estratégicas por empresas onde passou e sendo premiado como colaborador de destaque no Instituto de Pesquisas Eldorado pela criação de uma ferramenta de automação de análise de dados e no Google Summer of Code 2014 pela criação de uma ferramenta de visualização em grafos de linguagens de expressão biológica. Apaixonado por sociologia, filosofia e economia e indignado com distância entre a teoria e a prática da administração de empresas e da gestão de projetos de base tecnológica, hoje atua ajudando e capacitando executivos e empresários em planejamento e gestão estratégica, inteligência de negócios e inovação, utilizando metodologias ágeis.
Aplicável tanto em startups quanto em grandes empresas, a Administração Ágil é uma maneira prática, sustentável e assertiva para empresários e executivos alcançarem melhores resultados, tornando suas empresas adaptáveis e inovadoras, trilhando o caminho da transformação digital na prática.
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Você alguma vez…
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